sexta-feira, 26 de novembro de 2010

FIFA X NOVAS TECNOLOGIAS


As discussões só aumentaram após os polêmicos erros de arbitragem da copa da África. Afinal, por que tanto conservadorismo da parte dos organizadores de futebol?

Enquanto camisas passaram do pano a poliamida, chuteiras deixaram de serem commodities e bolas se tornaram cada vez mais modernas, a FIFA, ainda parece não falar a mesma língua da tecnologia. Se comparados a outros esportes, o futebol é um dos únicos que parece o mesmo há décadas. Não que a formula esteja dando certo, pelo contrario. Erros facilmente contornáveis pelo uso de recursos tecnológicos transformam o maior esporte do mundo em alvo de criticas e suspeitas quanto à manipulação de seus resultados. Dentre alguns argumentos da entidade para a polêmica questão, o principal é que o futebol é um esporte dinâmico e não suscetível a diversas pausas como o basquete e futebol americano. Conferir em câmeras os replays, por exemplo, seria um recurso que pelo seu tempo de ação poderia retirar muito da emoção das partidas.
“Futebol é um jogo que nunca para, e se no momento houver uma discussão se a bola estava dentro ou fora, ou se era uma oportunidade clara de clara, nós damos uma possibilidade para uma equipe chamar por replays uma ou duas vezes, como no tênis? Para situações como no jogo do México, você não precisa de tecnologia.” – Joseph Blatter, presidente da FIFA, sobre um impedimento não marcado em partida da última Copa do Mundo.
Neste jogo citado por Blatter ocorreu algo muito interessante, digamos que um polêmico choque tecnológico. No duelo entre argentina e México pela copa do mundo de 2010, o bandeirinha não apontou um claro impedimento de Tévez no gol da Argentina. Desta forma, quando o erro crasso foi reprisado nos telões do estádio a ira dos torcedores foi tanta que o juiz quase voltou atrás em sua decisão. Só não o fez, por que não é permitido por seus superiores a tal ação. Então a mesma FIFA, que por anos se recusou a introduzir telas aos Estádios deveria compreender que algo similar poderia ocorrer se a tecnologia de dentro do campo não acompanhasse as de fora dele. Agora, o arbitro está exposto à tecnologia, mas não pode recorrer à mesma para se defender.


Segue-se a mesma labuta. Do polêmico gol da Inglaterra em 66, passando pela mão de Maradona 20 anos mais tarde até a última copa, onde, desta vez, a equipe britânica que foi prejudicada. Neste último lance, por exemplo, um simples sensor na linha do gol ou um chip na bola pouparia maiores problemas e parece que a entidade compreendeu isso.
“A única base que nós vamos trazer de volta para discussão é a tecnologia da linha do gol.” – disse Blatter.
            Apesar da disponibilidade da discussão sobre estas tecnologias, há entre os membros da FIFA uma grande preocupação quanto ao possível preço destes artefatos. Segundo Blatter, o futebol se destaca por sua homogeneidade, já que teoricamente ele é disputado da mesma forma em todas as divisões e em qualquer país do mundo. Com o projeto empacado por questões financeiras, uma empresa alemã chegou com a proposta de para baratear os chips e não fechou negocio.
“A proposta é de que o custo das bolas seja de 25% do valor pago à arbitragem. Se na Alemanha pagam 10 mil euros aos árbitros, custará 2,5 mil euros. Se em Botswana custa dez euros, o valor será de 2,5 euros.” – comentou Carlos Leal.
O encontro do F.A board em julho do ano que vem promete botar panos quentes nesta discussão. Embora fique claro que se depender da visão reticente e humanista de Blatter, pouca coisa irá mudar.
Não importa qual tecnologia seja usada, no fim do dia, a decisão será tomada por um ser humano.

TECNOLOGIA EM CAMPOS BRASILEIROS


Jorge Rabello, diretor da comissão de arbitragem da FFERJ, confirmou em exclusiva para a Redação Quatro a aquisição de novos equipamentos.

Com a copa do mundo cada vez mais próxima do Brasil, a FIFA, começa a investir em nosso futebol. Até o momento a maior novidade é a chegada de novos aparelhos de arbitragem, tendo o campeonato carioca como pioneiro no uso desta tecnologia. O equipamento é o mesmo utilizado na copa do mundo de 2010 e, segundo Rabello, de ultima geração.
A chegada dessa tecnologia é importantíssima para nosso futebol. O Rio de Janeiro vai ser pioneiro nesta tecnologia e já recebemos alguns pedidos de outras federações quanto ao fornecimento do material.
A expectativa é grande, entre o material estão bandeirinhas com sensor conectado direto ao arbitro e ponto de comunicação entre os membros da arbitragem. Rabello ainda informou que todos estes artefatos estão para chegar a qualquer momento às mãos da FFERJ.
É importante ressaltar que no Brasil não há praticamente nenhuma tecnologia sendo utilizada pela arbitragem. Recentemente, a federação de São Paulo introduziu rádios digitais para facilitar a comunicação entre os árbitros no campeonato paulista. Algo que na prática não agradou.
“Até tentaram colocar pontos de contato nos jogos do campeonato paulista, mas a tentativa foi um fracasso já que os aparelhos eram pesados.” - explicou Jorge Rabello.



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A POLÊMICA DOS TELÕES

É um fato inegável que o telão, dos estádios de futebol, é um grande aliado da justiça. Entretanto, muita gente que deveria ser a favor, acaba se posicionando contra essa tecnologia.

A FIFA, mesmo depois de inúmeros erros de arbitragem na Copa do Mundo, continuou mantendo a posição tradicional, e proibiu o uso da tecnologia nas partidas de futebol. Essa atitude, só serviu para manter a impunidade e a injustiça no resultado dos jogos.
A Argentina de Maradona conseguiu o primeiro gol de Carlito Tevez, devido à falha da arbitragem ao marcar um gol em posição irregular. Porém, o que passou em branco para o juiz, não se fez igual para a plateia, que diante do replay cobrou uma atitude dos bandeirinhas. Os jogadores mexicanos foram pra cima do árbitro e do assistente. Este por sua vez, conversou com o juiz e a decisão foi favorável ao gol, mesmo sabendo do erro.
Na partida entre Alemanha e Inglaterra mais um erro grotesco poderia ter sido corrigido com a utilização de recursos eletrônicos.  A sucessão de graves erros de arbitragem levou o técnico da derrotada seleção inglesa, Fábio Capello, a exigir da FIFA que utilize a moderna tecnologia para auxiliar nas decisões. Mas esbarrou no tradicionalismo da entidade, que reiterou mais uma vez, em Johanesburgo, que a Copa continuaria ao sabor das limitações humanas.
Esses não foram fatos isolados, diariamente nos deparamos com erros que poderiam e deveriam ser evitados.
Pronto, estava resolvido: quando a bola entra e o juiz não dá gol, como aconteceu na partida entre Alemanha e Inglaterra, ou então quando o jogador esta impedido e o gol é mantido, como ocorreu entre Argentina e México, o segredo é proibir a repetição no telão do estádio. Pelo menos, foi o que a FIFA fez. "A repetição foi um erro", disse o porta voz, Nicolas Maignot, que se recusou, na época, a comentar a atuação dos árbitros.

Agora, o que nos resta é esperar para ver se a mentalidade tradicionalista dos representantes da FIFA irá mudar, ou se veremos mais um evento de grande importância, como a próxima Copa do Mundo, sediada no Brasil, deixar que o seu brilho seja esquecido e acabe sendo lembrada pelo vexame desses acontecimentos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O USO DO CHIP NA BOLA


Com o crescente avanço da tecnologia em diversas áreas é normal que a sociedade gradativamente se adéque as novas tendências. Com o futebol não é diferente.

A conservadora FIFA deve aderir à tecnologia para evitar erros de arbitragem nas partidas. Para evitar que gols legítimos sejam invalidados, e vice-versa, a entidade máxima do futebol deve aderir ao chip na bola. Mas essa mistura de esporte e tecnologia já usada em algumas modalidades como no tênis, não agrada no futebol. Em recente entrevista a um site futebolístico o atacante do Grêmio André lima foi contra a ideia:
 "Querem botar chip na bola,... quando tiver isso o futebol vai acabar. Ele é gostoso justamente por ter essas discussões, pela dúvida que fica depois quando termina o jogo", disse André.
Mas há quem seja favorável a mudança: o gaúcho Carlos Eugênio Simon, árbitro brasileiro nas Copas do Mundo de 2002, 2006 e 2010 defende a inovação rejeitada pela International Board, órgão que decide sobre eventuais mudanças na regra do futebol. Em uma entrevista ao programa Arena Sportv o árbitro disse que é favorável e que a questão do gol é fundamental nas partidas.
Joseph Blatter, presidente da FIFA, confirmou que a entidade pretende analisar projetos tecnológicos para aplicação em 2011, mas ressaltou que o sistema utilizado precisa ser instantâneo, para não interferir no andamento das partidas.
A International Football Association Board declarou no dia 20 de outubro deste ano que reiniciariam os debates sobre a tecnologia na linha do gol. Algumas condições foram estabelecidas:

            - A tecnologia será aplicada somente à linha de fundo e apenas para determinar se um gol foi marcado ou não;

- É obrigatório que o sistema seja preciso;

- É obrigatório que a indicação de ter ou não ter sido gol seja imediata e automaticamente confirmada dentro de um segundo;

- A indicação de ter ou não ter sido gol será comunicada somente aos integrantes da arbitragem.


O futebol americano já discute a possibilidade da adoção da bola com chip nas partidas, enquanto o futebol bretão caminha a passos lentos neste sentido.

Mas não é só no futebol que o chip na bola é discutido. Na Final do campeonato mundial de vôlei, a seleção brasileira foi prejudicada pelo árbitro que anulou um ponto dentro do Brasil no tie-break da decisão em ataque de Sheilla. Na ocasião, o Brasil abriria vantagem de 8 a 6. Mas com a marcação, o empate prosseguiu em 7 a 7, resultando em um desequilíbrio emocional nas atletas brasileiras que acabaram perdendo a partida.
Insatisfeito com a arbitragem, o treinador da Seleção avaliou que é preciso começar a usar tecnologia nos jogos de vôlei. Zé Roberto Guimarães declarou que está na hora de pensar em bola com chip no futebol e no vôlei.
“Tem de haver justiça, como é feito no tênis.”, avaliou.